A educação, capaz de proporcionar a revolução cultural, social e econômica, que o País necessita, deve ser construída nas escolas, faculdades e universidades, como um instrumento libertador do cidadão, elevando nas pessoas a sua capacidade crítica e avaliativa, para a tomada de decisões. Acreditava o mestre, Paulo Freire, em seu Método de Educação Libertadora, que é possível acordar a consciência do aluno para que ele seja capaz de exercer seu papel de cidadão e se habilitar a revolucionar a sociedade. Assim, o letrado pode transcender a simples esfera do conhecimento de regras, métodos e linguagens, e ser então inserido na esfera sócio-econômica e política da qual fora excluído. O domínio das letras e das palavras é um instrumento para que o cidadão elabore sua consciência política, conquistando um ponto de vista integral do saber e do universo que habita, tornando-se capaz de construir seu próprio futuro.
Porém, nos padrões que vem sendo conduzida a educação da nossa Itaberaba, mais parece voltada para a formação de legiões de dependentes e submissos, a começar pela péssima qualidade do nosso ensino fundamental. O ensino público municipal de Itaberaba é considerado um dos mais baixos da Bahia, conforme as metas projetadas pelo Ministério da Educação para o Estado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, apresentando o município em 218º lugar com nota 3.4, perdendo em qualificação para a metade dos municípios baianos. São inúmeros os fatores que levam para baixo o ensino público do município. Dentre eles, o baixo investimento em educação, com os gestores preocupados em realizar obras faraônicas, trocando saúde e educação por asfalto, enquanto falta na secretaria de educação uma estratégia pedagógica de inclusão educacional de médio e longo prazo. Itaberaba é de longe superada pela vizinha Boa Vista do Tupim que apresenta o notável indicador de 5.8, repetindo o melhor índice educacional da Bahia, conquistado desde 2008.
Estamos perdendo feio para municípios com menores investimentos em educação como Novo Horizonte no alto da Chapa Diamantina, classificado em 16º lugar na lista do Ideb, com um altivo indicador de 4,7. Dom Macedo Costa, no Recôncavo, vem classificado em 18º com 4,6; Jacaraci com 4,6; até Palmeiras que ficou em 20º com 4,5, humilha a falta de cuidados dos nossos gestores municipais com a educação de nossas crianças. Uma vergonha!
Por conta desse descuido e falta de atenção para com a educação, o reflexo é a ausência de quadros capacitados para atender as demandas de crescimento, em um município onde cresce a renda per-capta e cai o nível de formação para o trabalho e a consciência.